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    Novas regras para antecipação do saque-aniversário do FGTS

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    O Conselho Curador do FGTS anunciou novas regras para quem faz a antecipação do saque-aniversário — modalidade em que o trabalhador pode sacar parte do FGTS todos os anos, no mês do seu aniversário.

    A mudança afeta diretamente quem costuma adiantar essas parcelas através de empréstimos feitos nos bancos. Confira abaixo o que muda e como isso pode impactar você.

    O que é o saque-aniversário?

    O saque-aniversário foi criado em 2019. Ele permite que o trabalhador retire uma parte do saldo do FGTS todos os anos, no mês do seu aniversário.

    Essa escolha é opcional — quem não quiser, continua na regra antiga (saque-rescisão), onde o dinheiro do FGTS só pode ser retirado em casos específicos, como demissão sem justa causa, aposentadoria ou compra da casa própria.

    O que muda com as novas regras?

    Até agora, muitos trabalhadores conseguiam antecipar vários anos de saque de uma só vez — em média, oito anos — pegando esse valor de forma adiantada com os bancos, que cobravam juros sobre o empréstimo.

    Com a nova regra, o governo quer limitar essa antecipação para evitar endividamento e proteger o saldo do trabalhador.

    Veja como vai funcionar:

    Durante o primeiro ano (período de transição):

    • Será possível antecipar até 5 parcelas de R$ 500 cada.
    • Isso dá um máximo de R$ 2.500 por pessoa.

    Depois do primeiro ano:

    • O limite cai para 3 parcelas, mantendo o teto de R$ 500 por parcela.

    Antes, não havia limite nem no valor nem na quantidade de parcelas antecipadas.

    Posso fazer mais de uma antecipação por ano?

    Não.

    Agora, será permitido apenas 1 contrato de antecipação por ano.

    Antes, era possível fazer várias operações ao mesmo tempo.

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    Quem pode sacar e antecipar?

    Quem aderiu ao saque-aniversário continua podendo sacar uma parte do FGTS por ano, no mês do seu aniversário.

    Mas atenção:

    • 70% do valor sacado vai direto para o trabalhador.
    • Os outros 30% podem ser usados para pagar o banco, caso exista uma antecipação contratada.

    Quem não pode sacar?

    Quem não aderir ao saque-aniversário não tem direito a sacar o FGTS todo ano.

    Essas pessoas seguem nas regras tradicionais — só podem retirar o dinheiro em casos como:

    • Demissão sem justa causa
    • Aposentadoria
    • Doenças graves
    • Compra da casa própria
    • Falecimento do titular (para os herdeiros)

    Além disso, quem pegou antecipação e foi demitido, não pode sacar o saldo total até quitar o empréstimo, porque o valor antecipado fica bloqueado como garantia.

    Quando começa a valer?

    As mudanças passam a valer assim que a Caixa Econômica Federal atualizar seus sistemas, o que deve acontecer até 1º de novembro de 2025.

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    O saque-aniversário acabou?

    Não.

    A modalidade continua existindo normalmente.

    As novas regras valem apenas para quem faz a antecipação via crédito bancário.

    Tem prazo de carência?

    Sim.

    Os bancos só poderão liberar o crédito 90 dias depois da pessoa optar pelo saque-aniversário.

    Atualmente, cerca de 26% dos empréstimos são liberados no mesmo dia da adesão, o que não será mais permitido.

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    Por que o governo mudou as regras?

    Segundo o Ministério do Trabalho, a antecipação acabou virando uma armadilha para muitos trabalhadores.

    Os principais motivos da mudança são:

    • Evitar que o trabalhador fique sem saldo no FGTS em caso de demissão.
    • Proteger o fundo, que é usado para investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura.
    • Combater o uso indevido do dinheiro, já que muitos estavam usando saques pequenos (como R$ 100) para gastos desnecessários ou jogos online.

    Quanto o trabalhador realmente recebe?

    Com as novas regras, 70% do valor do saque continua com o trabalhador, e até 30% poderá ser usado para quitar o empréstimo.

    O governo estima que, com essa mudança, R$ 86 bilhões deixarão de ir aos bancos até 2030 — ou seja, mais dinheiro no bolso do trabalhador.

    Quantas pessoas já aderiram?

    Desde 2020, 21,5 milhões de brasileiros (metade dos que têm conta ativa no FGTS) escolheram o saque-aniversário.

    Desse total, 70% já fizeram alguma antecipação bancária, somando cerca de R$ 236 bilhões em operações.

    Alternativas de crédito

    O governo está incentivando o empréstimo consignado no setor privado, que usa como garantia:

    • Até 10% do saldo do FGTS
    • E 100% da multa rescisória de 40%

    A taxa média desse tipo de crédito é de 3,79% ao mês, um pouco acima da média de 1,86% cobrada na antecipação do saque-aniversário.

    O governo ainda quer acabar com o saque-aniversário?

    Chegou a ser discutido o fim da modalidade, mas a proposta foi deixada de lado por falta de apoio no Congresso.

    Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o tema pode voltar a ser debatido no futuro, mas não há planos imediatos para isso.

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    Em resumo

    • A antecipação do saque-aniversário continua existindo, mas com limites menores.
    • O trabalhador poderá antecipar até R$ 2.500 no primeiro ano e depois R$ 1.500 (3 parcelas de R$ 500).
    • Haverá carência de 90 dias após adesão.
    • E só será possível uma operação por ano.

    Essas medidas visam proteger o saldo do trabalhador, evitar o endividamento e garantir que o FGTS continue sendo uma reserva importante de segurança financeira.

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    Se você pretende antecipar o saque-aniversário, é importante comparar as taxas antes de contratar.

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    L
    Livia Cortesi